Perfil epidemiológico dos desastres no Brasil

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Data
2021
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
INTRODUÇÃO: Desastres são eventos adversos sobre ecossistemas vulneráveis que geram danos humanos, materiais e ambientais, e podem ser naturais ou tecnológicos (provocados pelo homem). O desfecho dos desastres sobre a saúde pode ser estimado com base nas taxas de morbidade e mortalidade da população afetada, através de estudos de epidemiologia dos desastres. No Brasil, esses estudos se limitam a uma abordagem nas perspectivas da justiça social, do histórico ambiental, da integração de políticas públicas e da interface entre saúde coletiva e ecologia política, sem considerar aspectos epidemiológicos. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos desastres no Brasil, no período de 2013 a 2020. MÉTODOS: Foi utilizado o S2iD (Sistema de Informação sobre Desastres) para a obtenção de dados demográficos (UF, município, população), dados de exposição de acordo com o COBRADE (Código Brasileiro de Desastres), e dados de desfechos com base nos danos humanos (mortos, feridos, enfermos, desabrigados, desalojados, desaparecidos e outros afetados). A preparação e a análise do banco de dados foram realizadas, respectivamente no Tableau Prep Builder 2020.4 e Tableau Desktop 2020.4. RESULTADOS: Observou-se que 98,55% (38.952) dos desastres no Brasil são naturais, sendo 51,28% do grupo climatológico, com maior incidência na região Nordeste e, consequentemente, maiores valores de danos humanos por desastres no país: 37% dos mortos; 28,26% dos feridos; 92,3% dos desaparecidos e 58,97% dos outros afetados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Se, na dinâmica nacional, os desastres naturais do grupo climatológico foram prevalentes, nas regiões Sul e Centro-Oeste predominaram os desastres do grupo meteorológico, no Sudeste e Nordeste os do grupo climatológico e, no Norte, os do grupo hidrológico. A pandemia da COVID-19, classificada como um desastre natural do grupo biológico, afetou significativamente o número de mortos, se comportando atipicamente na série histórica. Ainda assim, na taxa de letalidade os desastres naturais do grupo geológico foram os que apresentaram maior valor. Por fim, as ações do programa Vigidesastres do Ministério da Saúde devem, na sua estratégia, orientar suas ações com base em dados e não somente em fatos – porque, embora de maior magnitude, o desastre pode ser de menor letalidade – para alcançar seu principal objetivo: reduzir as doenças e agravos decorrentes dos desastres.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e Gestão em Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Desastres Naturais, Desastres Tecnológicos, Epidemiologia, [en] Natural Disasters, [en] Technological Disasters, [en] Epidemiology
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