Efeitos do treinamento de força isolado e combinado ao treinamento aeróbico sobre a função hemodinâmica, deposição de colágeno e marcadores inflamatórios em ratos com insuficiência cardíaca

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2016
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
A insuficiência cardíaca (IC) é associada a uma desorganização da arquitetura muscular e do metabolismo, contribuindo diretamente para intolerância ao exercício, fragilidade e mortalidade. A fraqueza muscular no cenário da IC tem sido associada com aumento da mortalidade, ao passo que elevados ganhos na força muscular podem prolongar o tempo de sobrevida desses pacientes. Dessa forma, o treinamento de força (TF) tem sido associado com positivas respostas frente as doenças cardiovasculares (DCV) e, quando ocorre associação com o treinamento aeróbico (TA), os efeitos parecem ser mais pronunciados. Os potenciais benefícios do TF de alta intensidade na IC são poucos difundidos na literatura e quando associado ao TA tornam-se mais escassos. Além disso, a quantificação da dose resposta do exercício físico, especialmente do TF, não está bem elucidada no campo das DCV. Adicionalmente, é bem definido que o TF é uma modalidade efetiva para estimular a hipertrofia muscular e melhorar a força, mas a manipulação das variáveis de treinamento como frequência, intensidade e volume são raramente comentadas no complexo cenário da IC. O modelo experimental de IC induzido pelo método de infarto do miocárdio (IM) é amplamente utilizado para a melhor compreensão dos potenciais efeitos das mais variadas estratégias terapêuticas. O modelo de agachamento para animais de pequeno porte tem demonstrado adaptações significativas tanto no sistema cardiovascular como no sistema muscular e algumas investigações já demonstraram que esse modelo pode servir para responder alguns questionamentos de característica translacional. Portanto os objetivos dessa tese são: 1) avaliar os efeitos do TF de alta intensidade e TA isolados ou combinados sobre os parâmetros hemodinâmicos, deposição de colágeno e marcadores inflamatórios (IL-10 e TNF-α) em ratos com IC induzida pelo método de IM; 2) avaliar os efeitos do TF de alta intensidade isolado ou combinado com TA sobre a magnitude do ganho de força (teste de 1RM) e capacidade funcional (velocidade, tempo e distância percorrida na esteira através do teste de tolerância máximo ao exercício); 3) Avaliar a influência do volume de séries e repetições do TF de alta intensidade isolado ou combinado ao TA sobre os ganhos de força e capacidade funcional de animais saudáveis e animais com IC induzida por IM. Através dos estudos realizados nessa presente tese conclui-se que: 1) o TF de alta 9 intensidade isolado ou combinado com o TA foi capaz de aumentar o ganho de força muscular, e a maior concentração desse ganho de força está entre os testes que ocorreram nas duas primeiras semanas de treinamento (1º 1RM vs 2º 1RM); 2). Os protocolos de exercício físico isolados ou combinados com TA foram capazes de atenuar a disfunção ventricular esquerda dos animais com IC; 3) os animais submetidos aos protocolos de TA isolado e ao treinamento combinado apresentaram melhora na capacidade funcional através do teste de tolerância máxima ao exercício físico (velocidade, tempo e distância); 4) a deposição de colágeno no coração dos animais com IC foi atenuada em todos os protocolos de treinamento físico; 5) os animais com IC treinados não apresentaram redução na capacidade de ganhar força muscular e capacidade funcional quando comparados com animais controle saudáveis treinados; 6) o aumento do volume de séries e repetições apresentou associação com a atenuação da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE) e o volume de repetições também foi associado com atenuação do volume de colágeno intersticial do coração de animais com IC. Os resultados combinados dos dois estudos indicam que o TF de alta intensidade isolado ou combinado com TA pode ser uma boa estratégia para aumentar a força dos animais e consequentemente atenuar a disfunção ventricular esquerda e atenuar o remodelamento cardíaco adverso. Além disso, o equilíbrio entre dose e resposta do exercício físico, especialmente TF, pode ser melhor ajustado por meio da manipulação do volume e intensidade nos modelos experimentais de IM visando respostas mais consistentes na área dos marcadores inflamatórios. Adicionalmente, os animais com IC apresentam ganhos similares comparados aos animais controle saudáveis tanto na capacidade de gerar força muscular como na capacidade funcional, tornando esse um bom modelo experimental para futuras investigações no campo das adaptações teciduais em animais com IC.
Descrição
Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Exercício Físico, Treinamento de Força, Infarto do Miocárdio, Insuficiência Cardíaca, Remodelamento Cardíaco, [en] Exercise, [en] Myocardial Infarction, [en] Heart Failure
Citação
Coleções