Plasticidade dos espinhos somáticos e dendríticos e implicações funcionais da amígdala medial póstero-dorsal em ratos

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2015
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Resumo
O subnúcleo póstero dorsal da amígdala medial (MePD) é uma área sexualmente dimórfica, com alta concentração de receptores para hormônios gonadais e capaz de modular comportamentos sociais em ratos. Fêmeas apresentam uma variação dinâmica de espinhos dendríticos ao longo do ciclo estral, indicando a ocorrência de plasticidade neural dependente dos níveis fisiológicos dos hormônios ovarianos em circulação para controle da secreção neuroendócrina e da emissão de comportamentos femininos relacionados com a reprodução. Comparativamente com núcleos hipotalâmios interconectados, nada se sabe sobre as sinapses feitas nos corpos neuronais no MePD de ratas durante as diferentes fases do ciclo ovulatório. Em machos, o MePD se relaciona com o comportamento sexual masculino e a quantidade de espinhos dendríticos fica reduzida após a castração de animais adultos. Não se conhece o que ocorre com a morfologia dos espinhos dendríticos no MePD após castração de longo tempo em ratos. De forma inédita, a presente dissertação teve como objetivos: (1) estudar a forma como ocorre a cobertura glial e axonal do corpo neuronal, a possível modificação cíclica nas sinapses axosomáticas e nos contatos gliais sobre a membrana do corpo neuronal local e a presença e variação na densidade e morfologia dos espinhos somáticos no MePD de ratos e ratas ao longo das diferentes fases do ciclo estral empregando-se microscopia eletrônica de transmissão; e (2) estudar a densidade e a morfologia de espinhos dendríticos de ratos machos adultos submetidos à castração de longa data (3 meses) quando comparados a respectivos grupos controle empregando-se microscopia confocal. Para o primeiro objetivo, foram utilizados ratos Wistar adultos (3 meses de idade, n= 6 machos e 22 fêmeas), mantidos em condição padrão de biotério e sob cuidados éticos. As fêmeas foram estudadas nas fases de diestro, proestro (manhã e noite) e estro. Fotomicrografias da ultraestrutura do MePD foram reconstruídas, mensurou-se o perímetro do pericário e calculou-se o percentual da membrana do corpo celular coberta por processos gliais, axônio e dendritos. A densidade de espinhos somáticos (total e por tipo diferente morfológico) foi calculada dividindo-se o número total de espinhos pelo perímetro somático. Os resultados demonstraram que a membrana somática dos neurônios do MePD é recoberta, em sua maior parte, por processos gliais, porém não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos estudados. No entanto, encontrou-se maior quantidade de espinhos somáticos em fêmeas no final do proestro que em estro e tais espinhos somáticos em proestro apresentaram-se com forma variável, incluindo-se espinhos achatados, espessos, finos, em formato de cogumelo, ramificados, com aspecto transicional entre formatos ou com morfologia atípica. Para contemplar o segundo objetivo foram utilizados 15 ratos Wistar adultos distribuídos nos grupos: não manipulados experimentalmente (“intactos”, n= 6), submetidos à castração fictícia (Sham= 4) ou castrados (n= 5) e estudados 90 dias depois da remoção cirúrgica dos testículos. A seguir, os encéfalos foram processados histologicamente e empregou-se o corante fluorescente DiI para aquisição e reconstrução tridimensional de imagens dos espinhos dendríticos proximais do MePD por microscopia confocal. Machos castrados apresentaram uma diminuição na densidade de espinhos dendríticos, com diminuição dos valores para os espinhos dos tipos finos, cogumelos e ramificados ao mesmo tempo em que aumentou a densidade de espinhos dendríticos do tipo achatado e espesso quando comparados aos grupos controle. Estes resultados contribuem para o entendimento da plasticidade morfológica dos neurônios do MePD e do dimorfismo sexual local com possível implicação na modulação de comportamento reprodutivo dependente de ações estáveis e/ou de variações dinâmicas dos hormônios gonadais em circulação em ratos.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Plasticidade Neuronal, Espinhas Dendríticas, Espinhos Somáticos, Ratos, Complexo Nuclear Corticomedial, [en] Neuronal Plasticity, [en] Dendritic Spines, [en] Somatic Spines, [en] Rats, [en] Corticomedial Nuclear Complex
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