Terapia de combinação de antipsicóticos para esquizofrenia: papel emergente para nanotecnologia
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Data
2022
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
O tratamento para a esquizofrenia é muito discutido atualmente, essa definida como uma
doença mental grave, debilitante e crônica, inclui sintomas que adicionam algo às funções
normais (como alucinações) e outros que causam uma perda delas (como apatia). A polifarmácia
de antipsicóticos é uma alternativa moderna para a manutenção do bem-estar do paciente, seja
essa feita com antipsicóticos típicos ou atípicos, e que preferencialmente neste trabalho, será
discutida a associação medicamentosa entre a Risperidona e Olanzapina, dois fármacos atípicos
amplamente utilizados na última década. Além da inovação dessa associação, a utilização de uma
entrega mais efetiva de fármacos também se faz urgente, e sabe-se através de novos estudos que
o uso de nanopartículas oferece maior especificidade na entrega do fármaco, uma menor dose
requerida e possivelmente uma redução nos efeitos indesejados aos pacientes. Para isso, através
de uma revisão bibliográfica e predições computacionais de ADMETox, foram coletados e
discutidos dados acerca do tema, envolvendo o tratamento da esquizofrenia com estratégia da
polifarmácia, uso de nanopartículas e de vias de administração mais favoráveis à passagem dos
fármacos pela barreira hematoencefálica. Os resultados reportados em artigos científicos e em
relatórios de estudos clínicos comprovaram o sucesso da eficácia dos fármacos citados quando
coadministrados. De acordo com os escores BPRS (Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica)
relatados, todos pacientes indicaram uma redução abundante dos sintomas positivos (delírios e
alucinações) e da melhora dos sintomas negativos (isolamento e apatia) quando comparada à
outras combinações de fármacos antipsicóticos. Além disso, foram encontrados estudos que
investigaram os efeitos de diferentes fenótipos de citocromos P450 (CYP) 2D6 e 3A acerca da
Risperidona em combinação com a Olanzapina. Foi relatado que não houve alteração nos níveis
do primeiro fármaco citado, sendo considerado satisfatório o resultado obtido, justificado ainda
mais pelo fato que o segundo fármaco possui baixas interações medicamentosas. Uma estratégia
discutida para contornar a barreira hematoencefálica é a utilização de nanopartículas de núcleo
lipídico (NLC), lipídicas sólidas (NLS) e lipossomas. A administração de antipsicóticos
utilizando NLC pode ser exemplificada por um dos fármacos descritos no trabalho, a Olanzapina.
O uso do polímero PCL (policaprolactona) em formulações NLC mostrou-se eficaz em aumentar
a eficácia terapêutica, maximizando a adesão dos pacientes à terapia com antipsicóticos. Além
disso, os dados encontrados comprovaram a estabilidade da Olanzapina encapsulada no núcleo
oleoso das NLC, consequência da sua baixa solubilidade em água. O oposto também ocorre, e
pôde ser exemplificado através das formulações lipossomais contendo Risperidona, que também
possui caráter lipofílico, e apresentou uma baixa quantidade do fármaco no núcleo lipossomal,
já que este apresenta características hidrofílicas. Outros autores também desenvolveram formulações NLS para entrega de Olanzapina, em que as diferenças encontradas foram atribuídas
a estrutura física dos constituintes utilizados, em que os que contém mais cadeias alifáticas (como
o tripalmitato de glicerina (GTP)) promovem um núcleo menos ordenado, abrindo mais espaço
para incorporação do fármaco entre os ácidos graxos. Na busca de alternativas para entrega direta
de fármacos, com objetivo de direcioná-los ao cérebro e fornecer liberação sustentada deles, o
uso de soluções intranasais como via de administração mostra-se promissor. Um estudo
utilizando-se o fármaco Olanzapina constatou, através de experimentos farmacocinéticos in vivo,
que soluções por via intranasal aumentam 10,9 vezes a captação de nanopartículas, quando
comparadas às soluções do mesmo fármaco administradas por via intravenosa. Apenas um dos
autores estudados avaliou a permeação da barreira hematoencefálica de suas nanopartículas,
indicando que esses parâmetros não são comumente avaliados, em grande parte devido a sua
complexidade e custo. Assim sendo, a modelagem computacional é vista como uma alternativa
para elucidar e avaliar as variáveis da barreira, prevendo a permeabilidade do fármaco in silico.
Resultados de diferentes estudos clínicos sugerem que a coadministração é uma alternativa de
sucesso para o tratamento da esquizofrenia e seu espectro. Contudo, não foram encontradas na
literatura nanopartículas que abrangessem os dois fármacos de forma conjunta, demonstrando o
potencial inovador do tema. Oferecendo através da nanotecnologia maior especificidade de drug
delivery, menor dose necessária e a possível redução nos efeitos adversos enfrentados pelos
pacientes.
Descrição
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)-Química Medicinal, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Nanopartículas, Esquizofrenia, Polimedicação, Risperidona, Olanzapina, [en] Nanoparticles, [en] Schizophrenia, [en] Polypharmacy, [en] Risperidone, [en] Olanzapine