Biodegradação de polietileno: um estudo sobre a atividade de fungos cultiváveis oriundos de larvas de Galleria mellonella

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2024-08-26
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Resumo
O polietileno (PE) é, atualmente, o plástico mais consumido no mundo e, por ser um polímero resistente a agentes químicos e à biodegradação, os atuais métodos de gerenciamento de resíduos plásticos não conseguem, de forma eficaz, reduzir e/ou eliminar o PE do meio ambiente. Devido a este panorama, surge a necessidade de métodos alternativos que reduzam o impacto que o acúmulo de resíduos plásticos tem causado nas vidas aquática e terrestre. Larvas do inseto Galleria mellonella têm sido reportadas como capazes de biodegradar o PE, inclusive mais rapidamente do que microrganismos ambientais. Até o momento, há apenas três relatos na literatura sobre a biodegradação de PE por fungos filamentosos provenientes do intestino de G. mellonella, a saber: dois focados em Aspergillus flavus e um em Cladosporium halotolerans. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de biodegradação do PE por fungos cultiváveis provenientes de larvas de G. mellonella. Glândulas salivares e intestino foram dissecados dos animais e utilizados como inóculo microbiano em meio de cultivo líquido. Os 16 fungos isolados (11 fungos filamentosos – Aspergillus flavus, A. spathulatus, Epicoccum triodiae, E. viticis, Peniophora lycii, e Robbauera albescens – e 5 leveduras – Rhodotorula mucilaginosa e Moniliella pollinis) foram posteriormente identificados por técnicas microbiológicas cultural e molecular, e isolados foram selecionadoss e cultivados com filmes de polietileno de baixa densidade (PEBD) como única fonte de carbono. Para os isolados M. pollinis, A. flavus e A. spathulatus foi observada presença de produtos intermediários apolares provenientes da biodegradação do PE, como por exemplo os hidrocarbonetos pentacosano, tetracontano, e heneicosano, através da análise do sobrenadante do cultivo por CG-EM. Além disso, foi investigada a capacidade dos fungos em biomineralizar o PEBD em seu produto final de biodegradação através da quantificação da produção de CO2 durante seu contato com PEBD. A maior atividade foi observada para a levedura Moniliella pollinis (GYPE3) com liberação de 21,41±1,56 mg de CO2 e 5,73%±0,42 de biomineralização após um período de 24 dias; estes dados foram superiores aos reportados para Fusarium redolens e para o consórcio formado Aspergillus niger, Gliocladium virens, Penicillium pinophilum e Phanerochaete chrysosporium. Este trabalho evidencia a ação de fungos, destacando leveduras, como agentes de biodegradação de PE e auxiliará no desenvolvimento futuro de novas tecnologias para o manejo de resíduos plásticos visando eliminar o seu acúmulo no meio ambiente.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Biociências, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Galleria mellonella, Fungos Filamentosos, Leveduras, Biodegradação, Polietileno, [en] Galleria mellonella, [en] filamentous fungi, [en] Yeasts, [en] Biodegradation, [en] Polyethylene
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