Psicologia - TCC
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Item Não-maternidade e a opção pelo método contraceptivo definitivo de mulheres solteiras: narrativas de usuárias do SUS(2023) Padilha, Aléxia Victória Pereira; Grzybowski,Luciana Suárez; Departamento de PsicologiaCom a modificação dos papéis sociais da mulher, a maternidade passou a ser uma opção e não mais algo obrigatório ou um sonho para todas as mulheres, e é crescente a busca por métodos contraceptivos eficazes capazes de evitar gestações indesejadas, como esterilizações cirúrgicas voluntárias (ECV). Este estudo qualitativo, exploratório-descritivo e transversal, objetivou conhecer as experiências, motivações e trajetórias de mulheres solteiras que optam pela não-maternidade através da realização da esterilização cirúrgica voluntária no Sistema Único de Saúde (SUS). Participaram da pesquisa cinco mulheres com idade média de 27,8 anos que estão com o planejamento familiar em andamento ou já realizaram a ECV. As participantes responderam a um questionário de dados sociodemográficos e de saúde e uma entrevista semiestruturada, compreendidas por meio da análise temática. Os resultados apontaram quatro temáticas: Percepções acerca do “ser mãe” e do “ser pai”; A vida hoje; A não maternidade enquanto possibilidade de ser; e A esterilização cirúrgica: liberdade versus entraves. Percebe-se que a escolha pela não-maternidade é multicausal e complexa, assim como a opção pela ECV, envolvendo aspectos da história de vida de cada mulher. Além disso, diversos são os entraves no âmbito do SUS às mulheres que buscam pelo método, se mostrando necessária a qualificação dos profissionais nesses atendimentos e conhecimento acerca da legislação do planejamento familiarItem Satisfação no Trabalho e Percepção de Suporte Organizacional em Motoristas de Transporte Particular por Aplicativo no Rio Grande do Sul(2023-12-07) Hoffmeister, Gabriel; Amazarray, Mayte Raya; Departamento de PsicologiaFenômenos como a globalização da economia e o avanço tecnológico pautada em uma agenda neoliberal têm uma nova organização mundial do trabalho. A chamada economia de plataforma designa um modelo de negócio no qual demandas de trabalho e prestações de serviços são geridas através de plataformas ou aplicativos. Esta relação de trabalho se caracteriza pela falta de vínculo empregatício e, consequentemente, regulamentação trabalhista. Entre os serviços oferecidos pelas empresas de plataforma estão, principalmente, transporte particular de passageiros e entregas de mercadorias. Com mais de 5 milhões de motoristas cadastrados em 2020, a Uber é a maior empresa de transporte particular por aplicativo do mundo. Devido ao sucesso da empresa, o termo uberização tem sido utilizado para designar este tipo de vínculo de trabalho. No Brasil, segundo relatório do IPEA, a população de motoristas de aplicativo era de 1.1 milhões em outubro de 2021, um aumento de 37% em relação ao primeiro trimestre de 2016. Este rápido avanço da economia de plataforma tem provocado amplas discussões no mundo do trabalho, principalmente sobre os prejuízos deste modelo de negócio para a saúde dos trabalhadores. Entre as principais discussões estão as grandes jornadas de trabalho, a baixa remuneração, a falta de suporte fornecido pela plataforma aos trabalhadores e a ausência de direitos trabalhistas. Tendo em vista o papel central do trabalho na saúde do trabalhador, este estudo teve como objetivo avaliar a satisfação com o trabalho e a percepção de suporte organizacional em motoristas de aplicativo. Foi realizado um estudo de caráter exploratório, descritivo e transversal, de abordagem quantitativa com 19 motoristas de aplicativo, utilizando como instrumentos um questionário sociodemográfico, um questionário baseado na literatura, para conhecer aspectos específicos da relação de trabalho com a empresa-aplicativo, e as escalas de Satisfação no Trabalho e de Suporte Laboral. Como critérios de inclusão, os participantes deveriam ser devidamente cadastrados e trabalhar regularmente como motoristas de alguma empresa-aplicativo de transporte particular de passageiros no Estado do Rio Grande do Sul. Para análise dos dados levantados através dos instrumentos foram utilizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais adequadas aos objetivos do estudo. Observou-se que 73,7% apresentaram insatisfação com o trabalho e 84,2% percebem baixos níveis de suporte organizacional oferecido pelas plataformas. Em relação às dimensões da Escala de Satisfação no Trabalho (EST), a satisfação com o salário e a satisfação com as promoções obtiveram os menores escores médios, enquanto a satisfação com os colegas obteve a maior média entre os respondentes. Em relação à Escala de Percepção de Suporte Organizacional (EPSO), a grande maioria dos participantes (84,2%) teve escores que indicam percepção de baixo suporte organizacional oferecido pelas plataformas; 10,5% tem dúvidas a respeito e apenas um respondente (5,3%) considera que as empresas oferecem suporte organizacional. Também identificou-se que exposição a riscos, excesso de horas trabalhadas e falta de suporte laboral foram temas centrais dos dados qualitativos analisados. Devido às suas características recentes e voláteis carecem de meios adaptados para a investigação sobre o fenômeno, o que reafirma a importância da realização de mais estudos sobre o tema.Item Sentidos do trabalho para a juventude: uma revisão integrativa.(2023-12-06) Lacava, Luiza Leonardi; Amazarray, Mayte Raya; Departamento de PsicologiaEste estudo realizou uma revisão integrativa com o objetivo de identificar como os jovens do continente americano na faixa etária dos 14-30 anos concebem o sentido do trabalho em estudos científicos. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura do período compreendido entre 2013 e 2023 com o objetivo de sintetizar os principais resultados dos estudos, investigar se há diferença entre sentidos atribuídos por jovens de diferentes países e verificar se há relação entre condições socioeconômicas e sentidos do trabalho. As bases de periódicos utilizadas foram Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo, Web of Science e Scopus. Foi realizado um levantamento das principais características das publicações selecionadas e das juventudes investigadas. Os resultados foram sintetizados em (1) condições e estrutura de trabalho atual, (2) sentidos do trabalho (subcategorias: relacionamento versus isolamento; dinheiro versus lazer/realização; identidade e autoestima), (3) relações do trabalho com a família e a escola e (4) perspectivas futuras. Destacaram-se as diferenças entre atribuições de sentido, condições de trabalho e perspectivas de futuro entre jovens de níveis socioeconômicos diferentes. De maneira geral, jovens em situação de maior vulnerabilidade atribuem a geração de renda e a necessidade de subsistência como sentidos do trabalho, enquanto jovens de maior nível socioeconômico atribuem prazer e realização.Item De Volta ao Trabalho: o papel do suporte organizacional percebido no retorno pós-licença maternidade(2023-12-06) Correa, Julia Albrecht; Amazarray, Mayte Raya; Programa de Pós-Graduação em Psicologia e SaúdeO presente estudo teve como objetivo avaliar o contexto de trabalho, suporte organizacional e engajamento no retorno ao trabalho de mulheres após licença maternidade. Realizou-se uma pesquisa de natureza exploratória e de abordagem quantitativa, a qual contou com 370 participantes que haviam retornado ao trabalho após licença maternidade nos últimos 12 meses. Foram investigados aspectos sociodemográficos e laborais e aplicados os instrumentos: Escala de Engajamento no Trabalho de Utrecht – UWES-9; Escala de percepção de suporte organizacional – EPSO; e Escala de avaliação do contexto de trabalho – EACT. O estudo destacou a complexidade das experiências de retorno ao trabalho pós-licença maternidade, influenciadas por variáveis socioeconômicas e organizacionais, além de revelar a importância do suporte organizacional, além do apoio de colegas e gestores durante esse processo. Os resultados corroboram achados da literatura sobre o assunto, salientando-se a necessidade de implantar iniciativas que visem o bem-estar das trabalhadorasItem Vivências do luto paterno em casos de perda perinatal: Uma análise qualitativa(2023) Mendes, Bruna Araujo; Levandowski, Daniela Centenaro; Departamento de PsicologiaEmbora em casais heterossexuais a experiência de perda perinatal seja vivenciada por ambos os genitores, o luto paterno tende a ser mais invisibilizado socialmente. Este estudo qualitativo, exploratório-descritivo e transversal buscou descrever experiências paternas de perda perinatal e luto. Cinco homens que vivenciaram com suas companheiras ao menos uma perda perinatal nos últimos 12 meses anteriores à coleta de dados foram entrevistados. A análise temática reflexiva das entrevistas revelou a repressão das emoções e a adoção de uma postura de suporte emocional às parceiras. Como principal desafio do processo de enfrentamento do luto, destacou-se a dor diante da perda. Estudos futuros devem incluir homens de diferentes etnias e avaliar intervenções que busquem auxiliar na elaboração do luto masculino frente à perda perinatalItem Trajetórias de Parentalidade: Experiências de Pessoas Trans e Não Binárias(2023-12-04) Meireles, Eduarda Duarte; Levandowski, Daniela Centenaro; Stumm, Euge Elyantus; Departamento de PsicologiaEmbora a parentalidade seja uma temática bastante pesquisada, as experiências parentais de pessoas trans e não binárias ainda são pouco exploradas no âmbito científico. Este estudo de casos múltiplos, de caráter qualitativo, transversal e retrospectivo, no qual participaram duas mulheres trans e uma pessoa não binária, buscou explorar as suas trajetóriase experiências de parentalidade, visando identificar singularidades, barreiras e experiências junto a sistemas de apoio e assistência, bem como o acesso à informação sobre saúdereprodutiva e planejamento familiar. As pessoas participantes responderam a uma ficha de dados sociodemográficos e foram entrevistadas. Os resultados revelaram processos de ressignificação das nomenclaturas e papeis parentais, destacando a importância de redes de apoio na criação dos filhos e a insuficiência do modelo cisheteronormativo para dar conta dessas realidades. Foram abordadas as estratégias e desafios relacionados a questões de gênerona criação dos filhos. Ficaram evidentes trajetórias marcadas por vulnerabilidades econômicas e sociais e dificuldades nas interações com profissionais da saúde no contexto do planejamentoreprodutivo. O estudo destacou a natureza personalizada dessas trajetórias e vivências e a necessidade de um olhar sensível e individualizado para o cuidado dessa população.Item O descompasso da vida: luto antecipatório parental diante da cardiopatia congênita da criança(2023-12-01) Santos, Amanda da Silva; Levandowski, Daniela Centenaro; Moreira, Mariana Calesso; Departamento de PsicologiaResumo: As Cardiopatias Congênitas podem ser caracterizadas como um conjunto de alterações no sistema cardiovascular, estrutural ou funcional, que se origina durante o desenvolvimento embrionário e gera disfunções importantes na saúde. A CC é a malformação congênita mais frequente no Brasil, visto que, a cada mil crianças nascidas vivas, dez apresentam esse diagnóstico e a taxa de mortalidade é alta ainda nos primeiros anos de vida. Desde o diagnóstico, os pais dessas crianças lidam com a imprevisibilidade e com o medo constante da perda, pela possibilidade de morte da criança, o que pode emergir nos cuidadores um processo de luto antecipatório. O Modelo do Processo Dual do Luto permite entender o luto antecipatório, através da oscilação entre os movimentos de perda e restauração. O estudo do luto antecipatório dos pais é importante devido à lacuna existente na literatura nacional e mundial sobre o luto parental no contexto da CC. Em virtude disso, no presente estudo qualitativo, transversal, exploratório-descritivo, no qual participaram sete mães e um pai que perderam há pelo menos seis meses um filho, com idades entre 19 dias à 6 anos, em decorrência de alguma CC na infância, objetivou-se investigar indícios do processo de luto parental antecipatório diante do diagnóstico de um filho por CC durante a infância, no cenário brasileiro, com base no Modelo do Processo Dual do Luto. A coleta de dados ocorreu na modalidade virtual, com divulgação da pesquisa nas redes sociais, aplicação do TCLE pelo Google Forms e realização da coleta pelo Google Meet. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e aplicados dois questionários (dados sociodemográficos e clínicos). Os dados dos questionários foram digitados em um banco de dados e as entrevistas sofreram Análise Temática Reflexiva. A partir da análise, considerando o Modelo do Processo Dual do Luto, evidenciou-se os movimentos focados tanto na perda quanto na restauração, através de sentimentos, pensamentos e comportamentos parentais que oscilavam entre o investimento emocional no filho, no seu cuidado e adaptação ao diagnóstico junto ao choque frente ao diagnóstico, à impotência diante da dificuldade de cuidar do filho e ao medo gerado pela constante possibilidade de perda. Sendo assim, foram encontrados indícios de um processo de luto antecipatório parental. Dar luz a essa vivência parental permite aprimorar e instrumentalizar os profissionais e as intervenções psicológicas para os pais enlutados, visando uma prática mais efetiva, afetiva e humanizada, com vistas ao acolhimento à promoção de um processo de luto parental pós-morte mais adaptativo