Navegando por Autor "Silveira, Luiza Maria de Oliveira Braga Silveira"
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Item Sofrimento psíquico e depressão (em Libras)(2023-06-12) Schroeter, Deise; Silveira, Luiza Maria de Oliveira Braga Silveira; Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde; Flores, VanizeSegundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), o país tinha em 2019 pelo menos 2,3 milhões de pessoas (1,1%), com 2 anos ou mais de idade, com algum grau de perda auditiva. Pela primeira vez, então, a PNS investigou o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Entre as pessoas de 5 a 40 anos de idade com deficiência auditiva, 22,4% sabiam usar Libras. Neste mesmo grupo etário, os que não conseguiam ouvir de forma alguma atingiram um percentual de 61,3% (43 mil pessoas) entre os que sabem Língua de Sinais. Ainda que haja um contingente grande de surdos no Brasil, vemos que a comunidade surda é minoria linguística e marginalizada em seu acesso às informações e ao atendimento presencial em saúde. Isso se dá tanto pelo fato dos profissionais da saúde, em quase sua totalidade, não terem formação em Libras, como pela escassez de profissionais intérpretes presentes nos atendimentos em saúde. Para além desse prejuízo no acesso aos serviços, a informação sobre saúde e saúde mental disponibilizada em muitas mídias digitais tampouco é acessível. Nosso objetivo é analisar os conhecimentos e as necessidades dos surdos sobre temas relativos à saúde mental, para o desenvolvimento de material educativo. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo, exploratório em duas etapas. A primeira se deu através de entrevista com cinco sujeitos surdos adultos, para investigar temáticas e fontes de informação faltantes no seu acesso aos conhecimentos sobre saúde mental. Dos resultados dessa primeira etapa, identificou-se temas para a produção de vídeos educativos, que caracterizaram a segunda etapa do estudo. Esta contemplou a produção de vídeos psicoeducativos acessíveis, bem como sua disponibilização e medição de acessos. Os resultados da análise dos dados da primeira etapa evidenciaram 4 eixos: Experiências em saúde mental (com 3 categorias); Conhecimentos sobre saúde mental (com 2 categorias); Onde buscam ajuda (com 2 categorias); Temas de interesse em saúde mental (com 3 categorias). Tal análise serviu de subsídio para o desenvolvimento de 4 vídeos psicoeducativos acessíveis, acerca de: 1. Sofrimento Psíquico e depressão; 2. Sobre hábitos de vida saudáveis; 3. Comunicação; e 4. Relacionamentos, vídeos esses publicados em um canal do YouTube e divulgados para os participantes da pesquisa, comunidade surda e ouvinte através do whatsapp e redes sociais. A avaliação dos vídeos deu-se pelas métricas do Youtube, em termos de números de acessos, curtidas, tempo de visualização e sugestões. Temas como relacionamentos, hábitos saudáveis e estratégias para lidar com sentimentos, como tristeza, depressão e estresse, emergiram como principais preocupações com saúde mental, ressaltando a necessidade premente de criar materiais acessíveis que abordem esses tópicos. Após um ano de sua publicação na internet, realizamos uma análise das métricas dos vídeos, que reiteraram sua relevância, apesar de seu pouco alcance. Os resultados destacaram, por um lado, a importância da produção e disponibilização de informações sobre saúde mental; , e por outro, a necessidade do acesso a profissionais fluentes em Libras e conhecedores dela. Tais reflexões apontam para a proeminência dos vídeos como material educativo em espaços e ações de ensino na saúde, sublinhando a necessidade de os profissionais de saúde mental adquirirem proficiência na língua e compreenderem a cultura surda para fornecer um suporte eficaz a essa população. Além dos vídeos, produzimos um artigo científico intitulado “Conhecimentos e demandas de sujeitos surdos a respeito de saúde mental: integrando ensino em saúde através de vídeos educativos”.