Navegando por Autor "Peixoto, Juliana Gil Prates"
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Item Antissepsia cirúrgica alcoólica das mãos: da prática ao ensino(2017) Peixoto, Juliana Gil Prates; Millão, Luzia FernandesIntrodução: As infecções decorrentes dos procedimentos cirúrgicos são frequentes e representam morbimortalidade importante, além de elevar os custos hospitalares. Medidas como educação da equipe, vigilância epidemiológica e realização da antissepsia cirúrgica das mãos, entre outras, são fundamentais para a sua prevenção. No Brasil, tradicionalmente a equipe realiza escovação cirúrgica com detergentes antissépticos; contudo, as soluções alcoólicas sem escovas vêm sendo introduzidas recentemente, embora, na Europa, sejam utilizadas há pelo menos três décadas. Objetivos: Conhecer, na prática, a efetividade da antissepsia cirúrgica alcoólica das mãos dos cirurgiões realizada em diferentes períodos de tempo, com a finalidade de elaborar um produto educacional. Método: Trata-se de um estudo descritivo comparativo, realizado em um hospital terciário privado de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que implantou recentemente a rotina de antissepsia com solução alcoólica para o preparo cirúrgico das mãos da equipe. Amostras microbiológicas coletadas das mãos de 54 cirurgiões em dois momentos: após procedimento de lavagem simples das mãos, para determinar a flora microbiana basal do profissional; e após a antissepsia cirúrgica alcoólica das mãos, para identificar a redução da contagem microbiana imediata. Foram coletadas culturas das falanges distais de ambas as mãos do cirurgião, friccionadas durante 1 minuto em uma placa de Petri, contendo 10 ml de caldo soja triptcaseína (CST) e neutralizadores. As amostras coletadas resultaram em 324 placas de culturas processadas em ágar soja triptcaseína (AST) e incubadas por 24 horas a 37°C ± 2°C, sendo que, destas, 45 foram validadas para análise. Resultados: As amostras foram categorizadas em redução leve (até 50% de redução da flora bacteriana), moderada (de 51% a 80%) e severa (acima de 80%). Quando a técnica foi realizada por menos de 90 segundos, ocorreu: 80% de redução severa; 6,7% de redução moderada; e 13% de redução leve. Teste Qui-Quadrado confirmou que não houve associação significativa entre o tempo de execução do procedimento e a categoria de redução da contagem microbiana (x2 1,284; p valor 0,526). Quando a técnica foi desempenhada em mais de 180 segundos, conforme tempo preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), todas as amostras apresentaram redução de contagem bacteriana, o que não ocorreu em tempos menores de antissepsia. Nas categorias de tempo de até 90 segundos e de 90 a 180 segundos, identificou-se 21% e 14%, respectivamente, de amostras nas quais não houve redução bacteriana após a antissepsia. Conclusões: Os dados sugerem que, quando a técnica e tempo recomendados são seguidos, maior é a redução bacteriana comparado a tempos menores, embora não tenha sido observada associação significativa entre o tempo de antissepsia e a contagem bacteriana. Os resultados da pesquisa subsidiaram a elaboração de um vídeo educativo sobre a técnica de antissepsia cirúrgica (tradicional e alcoólica) das mãos.