Navegando por Autor "Carrard, Gabriela Grechi"
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Item Preceptoria no SUS: análise da integração ensino-serviço e das práticas pedagógicas no contexto da atenção primária à saúde(2016) Carrard, Gabriela Grechi; Magalhães, Cleidilene Ramos; Costa, Márcia Rosa daINTRODUÇÃO: O presente estudo situa-se no escopo da formação de recursos humanos na área da saúde, esse um assunto historicamente rico em termos mundiais e que de maneira progressiva, acompanhado pelas mudanças ocorridas no campo social vêm sendo uma preocupação crescente de muitos estudiosos, inclusive no Brasil. No contexto nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Básica constitui-se um campo de prática significativo para as atividades de ensino e pesquisa. Os profissionais de saúde vinculados a esses serviços desempenham potencial contribuição na formação dos futuros egressos, num contínuo processo de ensino-aprendizagem, com vistas a desenvolver competências e habilidades inerentes a sua prática futura. OBJETIVO: Conhecer como se configuram as práticas pedagógicas dos profissionais de saúde, como preceptores de estudantes de graduação, nos cenários de prática do SUS. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem quanti-qualitativa, realizado com profissionais de saúde preceptores, graduados em diferentes cursos da área da saúde, atuantes no campo da atenção primária à saúde, de um município da serra gaúcha. Como critérios de inclusão, adotou-se para a 1ª etapa (quantitativa) experiência em atividades de preceptoria nos últimos cinco anos e para 2ª etapa (qualitativa) experiência de no mínimo 12 meses em atividades de preceptoria. Para geração dos dados utilizou-se de questionário online e entrevista semiestruturada, que posteriormente foram analisados através da estatística descritiva univariada e da análise temática, respectivamente. RESULTADOS: Os participantes respondentes do questionário foram 53 preceptores, sendo 75,5% enfermeiros, 11,3% nutricionistas, 9,4% médicos e 3,8% assistentes sociais. Desses 88,7% estão vinculados a equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) ou Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS). Amostra predominantemente composta pelo sexo feminino. A média do tempo que os profissionais exercem a função de preceptor é de 4,9 anos. Dos respondentes, 88,7% possuem curso de pós-graduação/especialização concluído, e desses 14,8% possuem formação específica para o exercício da preceptoria (Especialização em Educação na Saúde para Preceptores do SUS), o que confirma a hipótese inicial do estudo de que, por vezes, os profissionais de saúde que executam as atividades de preceptoria não possuem formação pedagógica para tal. Dos dados oriundos das entrevistas, emergiram duas unidades temáticas: Relação entre Instituição de Ensino Superior e o Serviço e Processo de ensino-aprendizagem na preceptoria. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência no acompanhamento de alunos, possibilita aos preceptores caracterizarem fatores que influenciam, potencializam, o processo de ensino-aprendizagem. Sentimentos de satisfação são manifestados pelos preceptores, quanto ao acompanhamento, crescimento e a evolução do aluno no campo de prática no decorrer do período de estágio. Nesse sentido, há expressões que denotam o sentido construtivo do processo de ensino-aprendizagem, a dinamicidade, a importância do comprometimento entre os envolvidos. A falta de tempo é compreendida como um elemento dificultador para o efetivo desempenho das atividades. Assim, conciliar as atividades de ensino e assistência faz parte do cotidiano dos preceptores. A premência do preparo pedagógico do preceptor é apontada por 94,3% dos participantes. Percebe-se o distanciamento existente entre IES e serviço. Contudo, esse estudo permite destacar a preceptoria como elemento potencial e articulador na efetivação das práticas de ensino nos cenários SUS, na perspectiva de estreitar as lacunas existentes entre ensino-serviço-comunidade e proporcionar uma formação consoante com reais necessidades dos usuários e do Sistema Único de Saúde.