Navegando por Autor "Benchaya, Mariana Canellas"
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Item Relações entre estilos parentais percebidos por adolescentes e o consumo de maconha e outras drogas(2016) Benchaya, Mariana Canellas; Barros, Helena Maria Tannhauser; Ferigolo, MaristelaA adolescência é uma fase do desenvolvimento cercada de modificações emocionais, psicológicas e sociais. Além disso, aspectos de autocontrole e autorregulação ainda não estão suficientemente amadurecidos. Muitas vezes, neste período, os jovens vivenciam a experimentação de drogas e as relações estabelecidas com seus pais exercem, entre outros fatores, influência sobre a manutenção do consumo. Adolescentes que não usam maconha tem maior chance de perceberem seus pais com estilo parental autoritativo. Nesta tese buscamos verificar as relações dos estilos parentais percebidos por adolescentes que buscaram auxílio em um serviço de aconselhamento telefônico e a mudança no comportamento de uso de maconha e outras drogas, o que permitiu a produção de dois artigos: 1) Estilos parentais e características de adolescentes que buscam auxílio para cessação do uso problemático de maconha: participaram adolescentes de 14 a 19 anos que ligaram para o serviço a fim de receber auxílio na cessação do uso problemático de maconha. Delineou-se um estudo transversal, em que foi descrita a percepção sobre os estilos parentais. Os resultados mostraram que estes jovens percebem de forma mais prevalente as mães como autoritativas (41%) e os pais como negligentes (35,8%). O estilo materno mostrou diferença significativa em relação à idade, em que os dados apontaram que os adolescentes de 14 a 16 anos percebem suas mães de forma mais negligente em comparação com os mais velhos e, por outro lado, os jovens de 17 a 19 anos perceberam suas mães mais autoritativas do que os que tinham 14 a 16 anos. 2) Influência dos estilos parentais percebidos por adolescentes na mudança do comportamento em relação ao consumo de álcool, tabaco, maconha, cocaína e crack: buscou-se descrever a associação entre estilos parentais e a mudança de comportamentos de uso problemático de drogas lícitas e ilícitas em 30 dias de intervenção motivacional por teleatendimento. Tratou-se de uma coorte de follow-up, recorte de ensaio clínico randomizado com jovens de 14 a 19 anos. Os adolescentes que percebem suas mães como indulgentes apresentaram maior chance de não diminuir ou suspender o uso de álcool em comparação com aqueles que perceberam as mães como autoritativas (OR 6,0; IC95% 1,1-33,3). O estilo paterno não influenciou a mudança de comportamento de uso de substâncias. A ausência de convívio da figura paterna prejudicou a mudança de comportamentos relacionados ao uso de cloridrato cocaína (OR 7,3; IC95% 1,3-41,3). Os estilos parentais percebidos por adolescentes estão diretamente associados aos comportamentos de abuso de substâncias, assim como à mudança de comportamento em relação a eles, no seguimento de 30 dias. Aspectos diferentes em relação à interação com pai e mãe, bem como a presença destes são fundamentais para o entendimento do abuso de substâncias psicoativas na adolescência.