Camozzato, AnaluizaDornelles, Thayane Martins2025-02-062025-02-062024-12-17https://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/3205Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.Introdução: A vulnerabilidade refere-se à susceptibilidade de um indivíduo ou grupo a sofrer danos, seja em termos de saúde física, mental ou social, sendo influenciada por diversos fatores, os quais estão além do controle individual. Os determinantes sociais em saúde (DSS) atuam diretamente na saúde das pessoas e comunidades, incluindo fatores como renda, educação, condições de trabalho e acesso a serviços de saúde. Populações vulneráveis, como a população negra, migrantes, LGBTQIAP+, povos indígenas, pessoas em situação de rua, pessoas com deficiência e idosos, frequentemente enfrentam barreiras adicionais, como discriminação e exclusão social, que dificultam ainda mais o acesso a recursos essenciais, possuindo necessidades específicas de cuidados em saúde. Objetivos: Identificar o efeito dos determinantes sociais em saúde no enfrentamento da infecção por COVID-19 na população LGBTQIAP+ e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em idosos. Estudo 1: Objetivo: investigar a frequência dos de transtornos mentais não psicóticos e sintomas de ansiedade e os fatores associados a estas condições em uma amostra brasileira LGBTQIAP+ durante a pandemia de COVID-19. Método: Estudo transversal, realizado de setembro a outubro de 2020 por meio de um questionário online, incluindo instrumentos de caracterização sociodemográfica e escalas de rastreio de ansiedade e de transtornos mentais não psicóticos (Generalized Anxiety Disorder Screener e Self-Report Questionnaire). A análise foi realizada utilizando-se testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Regressão de Poisson com variância robusta foi realizada para estimar o efeito das variáveis sociodemográficas sobre a saúde mental. Resultados: A triagem positiva para ansiedade e transtornos não psicóticos foi identificada em 85,2% e 60,2% dos participantes, respectivamente. Faixas etárias mais jovens, que possuíam alguma religião, tinham acesso somente à saúde pública e alguma condição clínica prévia apresentaram maior risco para transtornos mentais não psicóticos. Indivíduos com menos de 30 anos (1,33, 95%, IC = 1,17–1,52) apresentaram alto risco para sintomas de ansiedade. Estudo 2: Objetivo: Analisar a tendência temporal, em paralelo, das taxas de solicitação de testes rápidos (TR) e das taxas rastreio positivo para sífilis, HIV, hepatite B e hepatite C, além de verificar associação entre fatores sociodemográficos com a positividade nos TR na população idosa e adulta. Método: Estudo retrospectivo de séries temporais, realizado no período de 2014 a 2022. As tendências temporais foram analisadas por regressão joinpoint e 7 expressas como Annual Percent Change (APC). Utilizou-se o teste Qui-Quadrado e a análise de resíduos padronizados para avaliar as variáveis sociodemográficas. Resultados: As solicitações de TR para sífilis, HIV e hepatite C permaneceram constantes em adultos e idosos. Entre 2014 e 2016, houve aumento na taxa de rastreio positivo para sífilis em idosos (APC 63,93%), seguido de queda entre 2016 a 2022 (APC -7,90%). Nos adultos, a taxa de rastreio positivo aumentou no período completo (APC 13,25%). O rastreio positivo para HIV em idosos cresceu entre 2014 e 2016 (APC 36,31%), apresentando queda de 2016 a 2022 (APC -16,24%). Para hepatite C, os padrões seguiram os mesmos de sífilis e HIV nos idosos. Foi identificada associação entre rastreio positivo de HIV com adultos e hepatite C com idosos (p<0,001). Conclusão: Na população LGBTQIAP+ a prevalência de ansiedade e transtornos não psicóticos durante a pandemia de COVID-19 foi alta, principalmente em indivíduos mais jovens. Em relação aos idosos, as discrepâncias entre as taxas de solicitações e rastreio positivo sugerem que o ageísmo pode ter influenciado a suspeita de IST nessa população. Em contextos de vulnerabilidade, onde grupos sociais enfrentam desvantagens estruturais e históricas, é necessário identificar os DSS pois esses fatores podem acentuar as desigualdades e restringir o acesso a recursos que promovem o bem-estar. A relação entre os DSS e vulnerabilidade ressalta a necessidade de intervenções multifacetadas e políticas públicas integradas, que abordem não apenas os aspectos clínicos, mas também os contextos sociais que moldam a vida dos indivíduos vulneráveis.pt-BRAcesso Aberto ImediatoDeterminantes Sociais da SaúdeVulnerabilidade em SaúdeMinorias Sexuais e de GêneroIdosoDisparidades em Assistência à SaúdeEstudos de Séries TemporaisSaúde MentalInfecções Sexualmente Transmissíveis[en] Social Determinants of Health[en] Health Vulnerability[en] Sexual and Gender Minorities[en] Aged[en] Mental Health[en] Sexually Transmitted Diseases[en] Healthcare Disparities[en] Time Series Studies[en] Cross-Sectional StudiesExplorando os Determinantes Sociais em Saúde (DSS) no contexto das infecçõesTese