Tovo, Cristiane ValleDiglio, Daniela Capelli2024-10-142024-10-142021-08-21https://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/3009Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.A deficiência de zinco tem sido associada com o pior prognóstico das doenças hepáticas crônicas, e a suplementação de zinco pode ser relevante para a melhora dos sintomas relacionados a estas doenças. O objetivo desta revisão sistemática com metanálise é avaliar o papel do zinco no manejo das doenças hepáticas crônicas. Métodos: Realizou-se uma busca nas bases de dados MEDLINE, Lilacs, Embase e Cochrane CENTRAL (último acesso em agosto de 2018), sem limitação de data e idioma. Os dados foram coletados por dois investigadores independentes para as seguintes variáveis: desenho do estudo, idade, sexo dos participantes e o tipo de doença hepática crônica. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados que avaliaram pacientes com doença hepática crônica de qualquer etiologia que utilizaram suplementação de zinco. Foram excluídos os estudos com outros desenhos metodológicos ou que avaliaram outras doenças que não as hepáticas. Resultados: Dentre os 1315 estudos, 13 preencheram os critérios de inclusão. A qualidade metodológica dos estudos identificados foi considerada baixa, já que a maioria não descreveu todos os parâmetros necessários. Seis avaliaram o tratamento da hepatite crônica C, sendo estimado um risco relativo (RR) de 0,83 (IC de 95% 0,64-1,07; I 2 26%) para a obtenção da resposta virológica sustentada, indicando a ausência de efeito protetor da suplementação de zinco. Três estudos avaliaram a resposta ao tratamento da encefalopatia hepática (EH), sendo observada uma elevação média de 28,67 mg/dL no nível sérico de zinco no grupo suplementado quando comparado ao grupo não suplementado (IC de 95% 15,6-42,19; I 2 87%). Houve melhora clínica da EH, resultando em um RR de 0,66 para o desfecho de EH, favorecendo o grupo que recebeu a suplementação com zinco. Dentre os 4 estudos que avaliaram a suplementação de zinco em cirróticos, a metanálise foi possível de ser realizada em 3 estudos, evidenciando um aumento significativo no nível sérico de zinco no grupo suplementado. Dois estudos avaliaram o efeito da suplementação do zinco no nível sérico de albumina, não revelando diferença entre os grupos. Houve diminuição na progressão para carcinoma hepatocelular (p=0,355), melhora no escore de Child-Pugh, nos níveis de bilirrubina, menor incidência de ascite e diminuição nos níveis de amônia (p=0,0114) no grupo que recebeu suplementação com zinco. As formulações mais utilizadas foram polaprezinc, sulfato de zinco, gluconato de zinco e acetato de zinco. Conclusão: Há escassez de estudos de boa qualidade metodológica que avaliem a eficácia da suplementação de zinco nas doenças hepáticas crônicas. Os estudos não são precisos quanto à dosagem e tipo de formulação utilizada, necessitando mais estudos que comprovem a eficácia da suplementação de zinco nas doenças hepáticas crônicas.pt-BRAcesso Aberto ImediatoDoenças Hepáticas CrônicasZincoEncefalopatia HepáticaHepatite CCirrose Hepática[en] Chronic Liver Diseases[en] Zinc[en] Hepatic Encephalopathy[en] Hepatitis C[en] Liver CirrhosisSuplementação de zinco nas doenças hepáticas: revisão sistemática e metanáliseDissertação