Trentin, Danielle da SilvaRodrigues, Vitória Elsner2025-10-142025-10-142024-10-29https://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/3408Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biociências, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.As taxas de infecção em Unidades de Tratamento Intensivo alcançam 45% e essa alta frequência está associada ao uso de dispositivos biomédicos, especialmente ventilador mecânico, cateter venoso central e cateter urinário. Estes dispositivos podem ser fabricados a partir de distintos polímeros, mas o silicone destaca-se por ser um material comum entre os três. Infecções relacionadas a dispositivos biomédicos levam ao aumento no tempo de internação, maior custo de antibioticoterapia e de procedimentos diagnósticos e a piores desfechos clínicos. Resultados prévios do grupo de pesquisa identificaram o ácido elágico como agente atóxico para larvas de Galleria mellonella e antibiofilme frente a Staphylococcus aureus. O presente trabalho visa avaliar a atividade antibiofilme de ácido elágico frente a patógenos Gram-positivos, quando na forma livre ou adsorvido/incorporado em biomateriais poliméricos. A formação de biofilme e crescimento de cepas padronizadas de S. aureus, Staphylococcus epidermidis e Enterococcus faecalis expostos ao ácido elágico foram avaliados pela técnica de cristal violeta e microdiluição em caldo, respectivamente, e quanto à viabilidade da linhagem de fibroblasto humano (MRC-5), pela técnica de MTT. Além disso, foi avaliado o índice de hidrofobicidade de superfície das células bacterianas. Posteriormente, silicone foi preparado e o ácido elágico foi introduzido a partir de quatro diferentes técnicas, a saber: spin coating, dip coating, incorporação na matriz e swellencapsulation-shrink. Estes materiais foram avaliados quanto à adesão e por contagem bacteriana. A presença dos agentes nos biomateriais foi avaliada por FTIR, TGA e MEV. Foi observada inibição da formação de biofilme para E. faecalis e S. aureus, sem ação sobre o crescimento bacteriano, frente ao ácido elágico em sua forma livre, além disso, o composto se demonstrou atóxico para as células MRC-5. Para S. epidermidis, não houve atividade. Houve aumento significativo na hidrofobicidade da superfície celular quando S. aureus e E. faecalis, que possuem uma superfície hidrofílica, foram tratados com ácido elágico. Por outro lado, para S. epidermidis, que apresenta uma superfície hidrofóbica, a hidrofobicidade da superfície celular não foi alterada pelo ácido elágico. Esses achados indicam que o ácido elágico induz alterações nas superfícies hidrofílicas de S. aureus e E. faecalis, seja pela alteração de adesinas de superfície ou pela formação de cobertura física na superfície bacteriana, prevenindo a interação bactéria-biomaterial, o que está diretamente correlacionado com a atividade antibiofilme. As amostras de silicone modificadas não demonstraram ação antibiofilme, em contrapartida, os materiais apresentaram alterações após modificação, como presença de rugosidades na superfície dos materiais modificados pelas técnicas de dip coating e swell-encapsulation-shrink em todas as concentrações e as análises de FTIR e TGA evidenciaram a presença do composto nas técnicas de dip coating e incorporação na matriz. Estes resultados sugerem que a ação antibiofilme do ácido elágico ocorre através de contato direto com as células bacterianas, e que este agente não é ativo quando adsorvido/imobilizado em silicone. Este trabalho contribui na compreensão das interações entre biomateriais e células bacterianas, visando o futuro desenvolvimento de tecnologias para materiais anti-infectivos.pt-BRAcesso EmbargadoBactérias Gram-PositivasBiofilmesÁcido ElágicoMateriais BiocompatíveisModificação de Superfície[en] Gram-Positive Bacteria[en] Biofilms[en] Ellagic Acid[en] Biocompatible Materials[en] Surface ModificationMateriais anti-infectivos para dispositivos biomédicos: estudos de atividade antiadesiva de materiais modificados com ácido elágicoDissertação