Stenzel, Lucia MarquesNunes, Jéssica de Matos2023-12-122023-12-122023-11-03https://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/2545Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto AlegreA morte é um evento do ciclo básico da vida que carrega consigo o paradoxo de se fazer tão presente quanto busca ser afastada do cotidiano. O processo de conscientização sobre a finitude, dessa forma, torna-se momento delicado que pode ser melhor elaborado com acompanhamento psicoterápico. A relação terapêutica estabelecida entre psicólogo e paciente vem sendo apontada como um dos principais fatores relacionados à eficácia do processo estabelecido e envolve, naturalmente, aspectos relacionados ao paciente e ao psicólogo. Considerando a interseção entre o tema da finitude e o processo psicoterápico, o objetivo desse trabalho foi conhecer como se dá a relação terapêutica no contexto do atendimento psicoterápico de paciente em situação de finitude. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa da literatura brasileira e uma pesquisa empírica. A revisão da literatura investigou como a relação terapêutica é abordada no atendimento psicológico de pacientes em situação de terminalidade, no Brasil. Os resultados indicaram que o atendimento psicológico de pacientes próximos de sua morte é realizado majoritariamente em ambiente hospitalar e vinculado aos serviços de cuidados paliativos. Nesses trabalhos, a relação terapêutica foi apontada como principal fator responsável pela garantia do atendimento e esteve, principalmente, relacionada às características técnicas e pessoais do psicólogo, apontando para uma compreensão monológica da relação na qual esta é conduzida como responsabilidade do profissional. A pesquisa empírica, por sua vez, realizada com entrevistas a dez psicólogas e analisada por um método empírico-fenomenológico, trouxe informações importantes acerca da experiência da relação terapêutica no atendimento psicoterápico individual de pacientes em processo de finitude. Nesse estudo, as participantes relataram que a relação terapêutica foi vivida como uma experiência peculiar, intensa e dolorosa, além de extremamente afetiva e transformadora em termos pessoais e profissionais. A relação terapêutica foi, também, identificada como o principal recurso do qual as profissionais lançaram mão para acolhimento e apaziguamento dos pacientes, assim como para sua própria elaboração sobre a situação que vivenciavam. A percepção das entrevistadas sobre a experiência relatada concorda com uma concepção dialógica e intersubjetiva da relação, na qual paciente e terapeuta, juntos, constroem o processo psicoterápico e os resultados dele advindos. A ampliação sobre as informações acerca da relação terapêutica levantadas pela pesquisa empírica corroboram a importância desse tipo de dado para uma compreensão atualizada e implicada da psicologia e de seu papel junto ao sujeito e sociedade.pt-BRAcesso EmbargadoRelação terapêuticaProcesso dialógicoIntersubjetividadePsicoterapiaTerminalidadeFinitude[en] Therapeutic relation[en] Dialogic process[en] Intersubjectivity[en] Psychotherapy[en] Terminality[en] FinitudeA relação terapêutica em atendimento psicoterápico de pacientes no fim da vidaDissertação