Marroni, Claudio AugustoPinto, Letícia Pereira2024-01-152024-01-152023-11-23https://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/2613Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.Introdução: A cirrose hepática é doença crônica progressiva, caracterizada por fibrose difusa, que contribui para a desnutrição e pior qualidade de vida, acomete milhões de pessoas mundialmente, é responsável por 2,4% dos óbitos globais e demanda altos custos com hospitalizações e tratamentos especializados. Por estas razões é essencial determinar o prognóstico destes pacientes, o que contribui para melhor manejo clínico e tomada de decisões terapêuticas. O Ângulo de Fase da Bioimpedância Elétrica consiste numa medida que avalia a integridade celular e tem se mostrado um bom instrumento para avaliar o prognóstico de algumas doenças crônicas, como câncer e insuficiência cardíaca, e a sua redução está associada a um pior prognóstico. Objetivo: Avaliar o papel prognóstico do Ângulo de Fase na evolução dos indivíduos com cirrose, em 15 anos de seguimento Metodologia: Estudo de coorte retrospectiva de 129 indivíduos com cirrose de diferentes etiologias, atendidos em 2007 no Ambulatório de Hepatologia do Hospital Santa Clara do Complexo Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foi realizado o rastreio dos pacientes através do banco de dados do ambulatório e coletadas as ocorrências de eventos clinicamente relevantes (Varizes de esôfago, ascite, peritonite bacteriana espontânea, encefalopatia, sangramento de varizes de esôfago e óbito), número de internações, tempo de internação, exames bioquímicos e o Ângulo de Fase da Bioimpedância coletado através da bioimpedância Biodynamics p450. Os pacientes foram classificados conforme o seu Ângulo de Fase, utilizando a classificação de Fernandes et al (2012) e Mattiello e colaboradores (2022). Os dados foram tabulados em Excel 2013 para análise estatística. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p < 0,05 e a análise dos dados realizada no programa SPSS versão 26.0. Foi estabelecida a curva de Kaplan Mayer para a análise de sobrevida. Resultados: Os pacientes foram estratificados em dois grupos, um com base no Ângulo de Fase de 5,4 graus (AF > 5,4°, n = 40; AF ≤ 5,4°, n = 89) e outro conforme o percentil do Ângulo de Fase (< P50, n = 56; ≥ P50, n = 73). A avaliação por meio do percentil foi mais precisa na identificação de óbitos no longo prazo do que o ponto de corte de AF 5,4º. Os pacientes com percentil < P50 apresentaram maior número de eventos clinicamente relevantes como ascite, PBE, encefalopatia hepática e CHC. O Ângulo de Fase está fortemente correlacionado com a albumina sérica (P <0,001), Razão Normalizada Internacional (P = 0,01), bilirrubina total (P = 0,02) e bilirrubina direta (P = 0,003). O Ângulo de Fase está associado com o tempo de sobrevivência (P < 0,001) e tempo de internação (P = 0,02). A análise de regressão logística mostra que o aumento de 1° no Ângulo de Fase aumenta em 17,7% a chance de sobrevivência do paciente cirrótico. Conclusão: O ângulo de fase foi um bom preditor prognóstico em indivíduos com cirrose.pt-BRAcesso Aberto ImediatoCirrose HepáticaAvaliação NutricionalPrognósticoBioimpedância ElétricaSeguimentos[en] Liver Cirrhosis[en] Nutrition Assessment[en] Prognosis[en] Electric Impedance[en] Follow-Up StudiesÂngulo de fase como marcador prognóstico de pacientes com cirrose: um follow-up de 15 anosDissertação