Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde por Assunto "[en] Family Relations"
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Item Comportamentos permissivos de familiares de usuários de substâncias psicoativas(2023-06-30) Baptista, Heloisa Praça; Barros, Helena Maria Tannhauser; Constant, Hilda Maria Rodrigues Moleda; Programa de Pós-Graduação em Ciências da SaúdeO uso de substâncias psicoativas é um problema grave de saúde pública mundial que, além de causar prejuízos ao usuário, causa danos importantes à vida dos membros do sistema familiar. Queixas relacionadas à saúde física e psicológica, desestabilização financeira, prejuízos nas relações sociais e interpessoais são descritas por familiares de usuário de formas semelhantes, em diferentes culturas. As estratégias de enfrentamento desenvolvidas por famílias para lidar com o estresse do uso de substâncias pelo seu familiar podem exacerbar ainda mais este sofrimento e ainda serem reforçadoras dos comportamentos de uso. Os estudos apontam que familiares do sexo feminino são mais frequentemente envolvidos no apoio ao indivíduo com Transtorno de Uso de Substâncias (TUS); no entanto, os familiares do sexo masculino são raramente estudados. Este trabalho teve por objetivo identificar a frequência e tipos de comportamentos permissivos de familiares homens e mulheres que buscaram ajuda em um serviço de teleatendimento. A tese permitiu o desenvolvimento de três artigos: 1) Assessment of the psychometric properties of the Enabling Behavior Scale – Brazilian version of family members of psychoactive substance users: Devido à importância de identificar os comportamentos facilitadores do uso que os familiares desenvolvem e a frequência que estes acontecem, realizouse a avaliação das propriedades psicométricas da Enabling Behavior Scale em familiares brasileiros. As análises demonstraram que a escala é uma ferramenta válida para medir a frequência dos comportamentos permissivos com Alpha de Cronbach de 0,768. A adaptação da escala resultou em uma versão mais curta composta por 15 itens e dividida em seis fatores que abrangem 65% de variância explicada da escala. O KMO= 0,680, e teste de esfericidade de Bartlett= X2 (df=153) 497,201, p <0,0001 apresentou significância. Os fatores foram intitulados: Comportamentos passivos; Relações pessoais; Consequências criminais do uso; Minimização do uso; Comportamento ativo; e Responsabilidade pelo uso. A aplicação da escala foi ampliada para qualquer membro do sistema familiar; 2) Análise de comportamentos entre homens e mulheres familiares de usuários de substâncias psicoativas: Há evidências importantes na literatura que apontam para os prejuízos aos membros do sistema familiar em casos de uso de substâncias psicoativas, porém as amostras são predominantemente compostas por familiares mulheres, que são apontadas como sendo cuidadoras naturais no sistema familiar, apesar de haver uma porcentagem de homens que assumem os cuidados com seus familiares com TUS. Portanto, o objetivo deste estudo foi identificar os comportamentos permissivos e crenças codependentes dos familiares tendo em conta a diferença de sexo. Para controlar possíveis vieses, a amostra foi pareada pelas variáveis: idade e grau de parentesco. Verificou-se diferenças nas estratégias de enfrentamento, o grupo dos homens apresentaram maiores escores nos domínios de comportamento ativo (p=0,010) e minimização do uso (p=0,020), enquanto as mulheres apresentaram diferença na escala de Codependência, no domínio de reatividade (p<0,001) que se refere ao comportamento de responsabilização das consequências do comportamento do usuário. 3) Quem são os familiares homens de usuários de substâncias psicoativas? Considerando a escassez de estudos que investiguem sobre a experiência dos familiares homens, realizou-se um estudo transversal com análise de dados retrospectivos de um serviço de teleatendimento no período de 2008 a 2016, com o objetivo de investigar o perfil dos familiares, de usuários de drogas, do sexo masculino. Do total da amostra, o parentesco mais prevalente foram os pais (44,8%), seguidos dos irmãos (26,4%); apresentaram idade média de 40,2, e 48,9% da amostra apontou para o uso de substância do próprio familiar, sendo o álcool a substância mais prevalente. Na escala de comportamentos permissivos, o domínio de Comportamento Passivo apresentou escores significativamente maiores no grau de parentesco filhos 2,8± 1,1 (p<0,001), no fator Relações Pessoais os escores mais elevados foram identificados entre os filhos 2,0±1,1 (p<0,001) e os cônjuges 2,1±1,1 (p<0,001). Quando comparamos a substância utilizada pelo usuário com os comportamentos permissivos dos familiares o álcool apresentou diferença significativa no fator Comportamento ativo 1,6±0,7 (p=0,002). Esta tese permitiu a análise mais detalhada do uso de comportamentos permissivos como estratégia de enfrentamento de familiares para lidar com os estresses gerados pelo uso de substâncias. Também oportunizou, ao comparar estratégias desadaptativas de homens e mulheres, que estas estão associadas com os prejuízos e estresse do uso e pouco estão associadas aos papéis de gênero.