Navegando por Autor "Kliemann, Dimas Alexandre"
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Item Estágios de cuidados de pacientes com Hepatite C Crônica do Hospital Nossa Senhora Da Conceição(2023) Vaucher, Manoela Badinelli; Kliemann, Dimas AlexandreOs estágios de cuidados de pacientes com hepatite crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) evidenciam as metas definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O presente estudo tem o objetivo de descrever a cascata de cuidado de pacientes com hepatite crônica pelo HCV do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), definindo os percentuais de pacientes que coletaram exame de biologia molecular (PCR – protein chain reaction), realizaram consulta ambulatorial, fizeram tratamento e atingiram resposta virológica sustentada. Com o delineamento de coorte retrospectivo foram incluídos pacientes com diagnóstico de infecção crônica pelo HCV no HNSC no período entre 1 de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2020, com o cruzamento de dados de fichas de notificação compulsória de HCV, prontuário eletrônico, Sistema informatizado Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e Sistema de Avaliação de Medicações Especiais (AME). Os dados foram coletados em 2022 e todas as informações até aquele período foram consideradas. Eles foram analisados pelo IBM SPSS versão 25, e realizada regressão de Poisson com variância robusta simples para análise de variáveis em relação a cada degrau da cascata. As variáveis com p<0,20 foram incluídas na análise multivariável com valor de p<0,05 considerado significativo. O teste qui-quadrado de Pearson foi aplicado para comparação entre os grupos de pacientes que persistiram em acompanhamento no HNSC e que realizaram acompanhamento em outros locais. Os resultados foram inferiores aos esperados pela OMS com 49% com tratamento para o HCV e 29% com resposta virológica sustentada (RVS) documentada por exame de follow-up. A cidade de moradia e o local de acompanhamento foram as variáveis com maior significância estatística. Na comparação da cascata de pacientes do HNSC com pacientes externos, observamos dados superiores dos pacientes do HNSC na RVS. Os pacientes do interior e região metropolitana consultavam em sua maioria no HNSC e o atendimento especializado e continuado realizado no HNSC foi associado aos resultados superiores, apesar de distantes das metas definidas pela OMS. Com a elaboração da cascata de cuidados do HCV com dados locais foi possível estratificar e avaliar fatores de risco associados às perdas entre cada degrau da cascata, para a elaboração de novas estratégias direcionadas futuramente.Item Frequência de polimorfismos e mutações de resistência nos genes NS3, NS5A E NS5B e barreira genética aos antivirais de ação direta em sequências depositadas no banco de dados europeu de hepatite C(2016) Kliemann, Dimas Alexandre; Tovo, Cristiane Valle; Veiga, Ana Beatriz Gorini daIntrodução: A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) afeta mais de 180 milhões de pessoas em todo o mundo. O HCV tem ampla diversidade genética, existindo no sangue de pessoas infectadas como quasispécies. O desenvolvimento de novos antivirais de ação direta (DAA) resultou em terapias orais sem necessidade do uso de interferon, com três alvos terapêuticos principais: NS3/4A protease, NS5B polimerase e inibidores do complexo NS5A. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi analisar o impacto da variabilidade genética do HCV na barreira genética para o desenvolvimento de resistência aos DAA’s e a ocorrência de polimorfismos e mutações de resistência nas regiões que codificam as proteínas virais NS3, NS5A e NS5B, com base em sequências genéticas de HCV depositadas em bancos de dados. Métodos: O estudo baseou-se na análise de sequências de HCV oriundas de pacientes não tratados depositadas no European Hepatitis C Virus database (euHCVdb). Foram analisadas todas as sequências que codificam as proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV, depositadas no euHCVdb. Foram excluídas sequências incompletas, sequências contendo erros e/ou gaps e sequências de amostras de pacientes tratados com DAAs, resultando, para análise final, em 798 sequências da região NS3, 708 da região NS5A e 535 da região NS5B. A barreira genética foi quantificada com base no número e no tipo de mutação necessária para gerar resistência. Resultados: Foram identificadas alterações genéticas nas sequências de HCV analisadas, as quais apresentam relação com a resistência aos antivirais. Variantes que requerem somente uma transversão nos subtipos 1a e 1b incluem NS3 F43S, R80K, R155K/G e A156T. A barreira genética à resistência mostra diferenças entre os subgenótipos na posição 155 da região que codifica NS3, onde somente uma transição é necessária no subtipo 1a. Na região da NS5A, a variante L31M requer ao menos uma transversão em todos genótipos, exceto em 0,28% das sequências. Para os inibidores da NS5B, a barreira genética nas posições que conferem resistência foi praticamente idêntica nos subtipos 1a e 1b. As posições C316Y, Y448H e S556 G/N/R e D requerem somente uma transição em todos genótipos em até 98,8% das sequências analisadas. Uma única variante na posição 448 pode conferir alguma proteção no subtipo 1a porque requer duas transversões para tornar-se a variante resistente 448H. Com relação à ocorrência de polimorfismos, a variante Q80K na região NS3 foi a mais prevalente, sendo encontrada em 44,66% do subtipo 1a e em 0,25% do 1b. Outras substituições frequentes observadas em mais do que 2% na região NS3 foram I170V (3,21%) no subtipo1a; Y56F (15,93%), V132I (23,28%) e I170V (65,20%) no 1b. Para NS5A, as seguintes alterações que conferem resistência foram encontradas: P58S em 2,21% das sequências do subtipo 1a; R30Q em 5,95% do subtipo 1b; Q30R em 15,79% das sequências do subtipo 2a; L31M em 23,08% das sequências do subtipo 2b, e M31L em 23,08% das sequências do subtipo 3a. Para NS5B, a variante de resistência V321L foi identificada em 0,60% e em 0,32% das sequências dos subtipos 1a e 1b, respectivamente. Conclusão: Mesmo com uma baixa frequência global de mutações observadas nos dados apresentados, esta população resistente é altamente provável de ser selecionada em pacientes que sejam submetidos a tratamento com DAA’s. As variantes do HCV resistentes a uma das classes de DAA permanecem suscetíveis às outras classes, mas a terapia combinada pode falhar, devido à seleção de cepas de HCV com substituição de resistência, especialmente porque a análise de barreira genética revelou que em 14 de 16 posições a conversão para uma variante resistente requer somente a substituição de um nucleosídeo.Item Impacto do Tratamento da Hepatite C Crônica com Sofosbuvir na Função Renal em Pacientes Coinfectados pelo HIV Usando Tenofovir Disoproxil Fumarato com ou sem Atazanavir(2023-09-29) Andrzejewski, Scheila Kohls; Kliemann, Dimas Alexandre; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: Tanto a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) quanto pelo vírus da hepatite C (HCV) podem ser causa de doença renal crônica, seja em decorrência do efeito viral sobre o hospedeiro seja devido aos efeitos dos medicamentos utilizados no seu tratamento, os quais podem afetar a função renal. Este estudo avaliou a nefrotoxicidade em pacientes coinfectados por HIV/HCV em uso de tenofovir disoproxil fumarato (TDF) e sofosbuvir (SOF). Objetivos: Avaliar a incidência de nefrotoxicidade com TDF e SOF na coinfecção HIV/HCV. Métodos: Realizamos uma análise retrospectiva dos prontuários de um centro terciário no Brasil. Acompanhamos pacientes coinfectados por HIV/HCV com idade ≥18 anos por pelo menos 12 semanas após o término do tratamento para HCV. Dois grupos foram formados: um composto por pacientes expostos ao TDF (E-TDF) e outro pelos não expostos ao TDF (NE-TDF). O grupo E-TDF foi organizado de acordo com o tratamento do HCV: SOF+ daclatasvir (DCV); SOF+ ledipasvir (LDV); SOF+DCV+ ribavirina (RBV); SOF+RBV; e SOF+ velpatasvir (VEL); e subdivididos de acordo com o tratamento do HIV: pacientes expostos à combinação de TDF e atazanavir (ATV) ou não expostos a essas associações (N-TDF/ATV). O estágio de disfunção renal foi estabelecido pelo cálculo do índice de proteína/creatinina urinária (IPC) e taxa de filtração glomerular (TFG). O valor de IPC <0.2 g/dl indicava função normal e IPC ≥0.2 g/dl determinava alterações tubulares. A classificação adotada para a TFG foi a estabelecida pela Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO). Resultados: A maioria dos pacientes recebeu SOF+DCV+RBV (71.2%). Os dados socioeconômicos, clínicos e virológicos evidenciaram prevalência de etnia branca (79.5%), genótipo 1 (59%), presença de cirrose (20.5%) e fibrose avançada (31.5%). A maioria dos pacientes apresentou IPC pré-tratamento normal (66%) e TFG prétratamento estágios 1 e 2 (67% e 27%, respectivamente). Apenas 5% (4 pacientes) possuíam TFG pré-tratamento estágio 3. O grupo SOF+DCV+RBV apresentou redução do IPC no pós-tratamento (p>0.0001), e o grupo SOF+LDV apresentou diferença estatística entre o período pré-tratamento e pós-tratamento em relação a TFG (p=0.0108). Não foi observada correlação significativa entre a variação do IPC e o tempo de exposição ao TDF/ATV e ATV. No entanto, foi observada uma fraca correlação negativa na interpretação do IPC e o tempo de exposição ao TDF (r= - 0.3174; p=0.0193; n=54). Conclusão: Mesmo pacientes com função renal normal podem apresentar piora da função renal quando expostos à terapia antirretroviral. Nosso estudo detectou uma variação no IPC, com melhora do IPC ao longo do tempo na exposição ao TDF. No entanto, não foram encontrados achados estatisticamente significativos na análise correlacionada ao tempo de exposição ao TDF com ou sem a associação do ATV. Devido ao pequeno número de participantes e ao desenho retrospectivo, este estudo apresenta limitações que permitam conclusões definitivas, entretanto, não foram encontradas evidências de que o uso de SOF cause piora na função renal de pacientes com HIV em tratamento antirretroviral com TDF e/ou ATV. Ademais, os autores sugerem que a função renal deve ser monitorada de perto, especialmente durante o período inicial da terapia para o HCV.