Navegando por Autor "Kaiser, Vanessa"
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Item Autorregulação da aprendizagem e indicadores positivos de saúde mental em universitários brasileiros(2019) Kaiser, Vanessa; Reppold, Caroline Tozzi; Almeida, Leandro da SilvaIntrodução: A autorregulação da aprendizagem (AAP) é um conceito chave para a adaptação e desempenho na Universidade, visto que prediz os níveis de ajustamento acadêmico e social dos indivíduos, sendo os alunos autorregulados caracterizados como mais decididos, estratégicos e persistentes no decurso da aprendizagem. No campo da Psicologia Positiva, alguns construtos também têm sido propostos como potenciais preditores da aprendizagem e da adaptação universitária. Dentre eles, autoeficácia, autoestima, otimismo, satisfação de vida, afetos e esperança. Objetivo: O presente estudo teve dois focos: O estudo apresentado no primeiro artigo investiga a AAP em estudantes de graduação brasileiros, relacionando o construto a variáveis sociodemográficas/acadêmicas e a construtos positivos (autoestima, autoeficácia, afetos, satisfação de vida, otimismo e esperança), e avaliando o valor preditivo desses construtos em um modelo explicativo da AAP no contexto universitário. No segundo manuscrito, é apresentada uma comparação dos construtos avaliados em dois grupos amostrais distintos – alunos ingressantes e concluintes, investigando eventuais diferenças entre os grupos. Metodologia: Participaram do estudo 1131 universitários vinculados a 63 instituições públicas de ensino superior (federais ou estaduais) do Brasil. Todas regiões demográficas foram contempladas no estudo. Somente foram incluídos aqueles alunos que tiveram todos os instrumentos preenchidos completamente e estavam no primeiro ou último ano da graduação. Foram utilizados os seguintes instrumentos para a coleta de dados, realizada por meio eletrônico: Questionário Sociodemográfico, Escala de Autoestima de Rosenberg, Escala de Autoeficácia Geral, Teste para avaliar Otimismo (LOT-R), Escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS), Escala de Satisfação de Vida (ESV), Escala de Autoeficácia na Formação Superior e Escala de Avaliação de Competências para Estudo (ACE). Os resultados demográficos/acadêmicos foram apresentados através de estatística descritiva. No primeiro estudo, os testes estatísticos utilizados foram ANOVA, TUKEY HSD e Análise de Regressão Múltipla Stepway. No segundo estudo, foram utilizados Teste Qui-quadrado de Pearson, Coeficiente de contingência C, Teste-T e medida d de Cohen. Resultados: Foram encontradas correlações significativas (p<0,01) da AAP com todas as variáveis da PP. Correlações moderadas ocorreram com a autoeficácia e os afetos positivos. A Análise de Regressão Linear indicou um modelo que explica 42,4% da variância da AAP. No segundo estudo, foram encontradas diferenças significativas (p< 0,02) entre os grupos para características sociodemográficas/acadêmicas (turno da graduação, desempenho acadêmico e atividade profissional). Além disso, foram encontradas diferenças entre ingressantes e concluintes quanto aos construtos autoeficácia na gestão acadêmica, AAP, satisfação de vida e afetos. As maiores diferenças entre os grupos foram para os escores de AAP e afetos negativos. Os ingressantes apresentaram uma média de escore maior para autorregulação da aprendizagem (p<0,01; T=2,88) e os concluintes maior média de afetos negativos (p<0,01; T=-4,48). Discussão: Os resultados trazem dados relevantes sobre os construtos que colaboram para adaptação ao ambiente acadêmico, considerando diferenças observadas entre ingressantes e concluintes. Por meio desses, é possível elaborar junto às universidades intervenções pautadas pelos preceitos da PP que busquem aumentar a capacidade de AAP dos alunos, viabilizando seu ajustamento acadêmico e bem-estar.Item Terapia cognitiva baseada em mindfulness e depressão resistente ao tratamento: um ensaio clínico randomizado controlado(2023) Kaiser, Vanessa; Reppold, Caroline Tozzi; Almeida, Leandro; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúdetrodução: O Transtorno Depressivo Maior (TDM), especialmente quando resistente ao tratamento (DRT), traz desafios clínicos, necessitando intervenções custo-efetivas. São escassos os estudos no Brasil utilizando Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness (MBCT), ainda mais com pacientes de serviços públicos de saúde mental. Métodos: Objetivou-se, no primeiro estudo, avaliar a eficácia da MBCT em relação a outra intervenção de comparação ativa estruturalmente equivalente, ambas associadas ao tratamento usual (TAU) em pacientes brasileiros com TDM, com ou sem DRT. O desenho metodológico foi um ensaio clínico randomizado controlado que comparou duas intervenções de 8 semanas, MBCT e o Health-Enhancement Program (HEP), associadas ao TAU para adultos com TDM, associado ou não ao DRT com avaliação de seguimento de 4 semanas. O desfecho primário foi os sintomas depressivos e a mudança na gravidade da depressão, medida pela redução percentual na pontuação total, além disso, foram avaliados os construtos respostas ruminativas e Aceitação e Ação; e construtos oriundos da Psicologia Positiva, entre eles, Mindfulness, Autocompaixão, Autorregulação Emocional, Afetos Positivos, Satisfação de Vida, Otimismo e Esperança Cognitiva. No segundo estudo, objetivou-se apresentar dados da eficácia da intervenção MBCT com pacientes brasileiros deprimidos, na melhora de sintomas depressivos, nas respostas ruminativas e nos acréscimos dos construtos da Psicologia Positiva (Mindfulness, autocompaixão, satisfação de vida, otimismo, esperança, afetos), analisando os resultados encontrados por análise de rede. Resultados: No primeiro estudo, no final do tratamento de 8 mais 4 semanas de follow-up, a amostra para análise por protocolo foi de 35 no MBCT e 32 no HEP. Em relação à condição HEP, a condição MBCT foi associada a uma taxa significativamente maior de respondedores ao tratamento no final da intervenção (48,6 vs. 15,6%; p = 0,01). O MBCT apresentou diferenças significativas do grupo HEP em quase todos os construtos avaliados, entre eles, no escore total de Autocompaixão na S8 e S12 (MBCT 95,26 vs. HEP 77,56; MBCT 98,2 vs. HEP 78,72; p = 0,01), nas estratégias adequadas de autorregulação emocional na S8 e S12 (MBCT 54,51 vs. HEP 43,16; MBCT 56,86 vs. HEP 44,63; p = 0,01). Com relação à Satisfação de Vida, não houve diferenças significativas entre os grupos. MBCT melhorou significativamente as taxas de resposta ao tratamento em 8 semanas, mas não as taxas de remissão. No segundo estudo, a amostra foi composta por 40 pacientes deprimidos (67,5% mulheres). Com relação a pré-intervenção, todos os construtos tiveram mudanças significativas pós-intervenção (p<0.001). Dentre as que tiveram tamanho de efeito muito grande, estão os sintomas depressivos (2,4; IC95% 1,79 a 3,01), autocompaixão (-1,69, IC95% -2,17 a -1,20), afetos positivos (-1,50; IC95% -1,95 a -1,04) e satisfação de vida (-1,36; IC95% -1,72 a -0,92). Na análise de rede, foi observada maior centralidade pós-intervenção para as facetas do Mindfulness, além disso, associações mais fortes com os sintomas depressivos foram encontradas. Conclusões: Em ambos os estudos a intervenção MBCT melhorou vários aspectos positivos do funcionamento emocional. MBCT parece ser um complemento viável na gestão de TDM e DRT.