PPGCS - Dissertações
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Navegando PPGCS - Dissertações por Autor "Almeida, Silvana de"
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Item Análise integrativa de variantes de genes relacionados aos sistemas dopaminérgico e serotoninérgico com ingestão alimentar em crianças(2022) Silva, Mayara Cristina Batista da; Almeida, Silvana de; Valle, Edson Cordeiro do; Feistauer, VanessaA obesidade é uma condição que confere alto risco para o desenvolvimento de muitas doenças crônicas e tem se tornado cada vez mais prevalente em todo o mundo. O principal tratamento para a obesidade é a mudança do estilo de vida, principalmente no que se refere à ingestão alimentar. Porém, para muitos pacientes esta é uma tarefa praticamente impossível de ser realizada, principalmente para os que estão inseridos em um ambiente obesogênico, no qual predomina a fome hedônica que é mediada pelas vias dopaminérgica e serotoninérgica. Fatores genéticos também podem influenciar nestas vias, uma vez que nem todos os indivíduos expostos a um ambiente obesogênico desenvolvem a obesidade. Diversos estudos que analisam polimorfismos, individualmente, associaram variantes em genes relacionados à dopamina e à serotonina com ingestão alimentar, obesidade e outros fenótipos correlatos, enquanto estudos de genoma amplo explicam uma baixa proporção da variabilidade. Entretanto, tais estudos não são capazes de capturar o efeito de interações mais complexas como as interações gene-gene. Portanto, novos métodos de análise dos dados se fazem necessários. O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito em conjunto de variantes de genes das vias dopaminérgica e serotoninérgica, já analisados, de forma individual, pelo nosso grupo de pesquisa, na ingestão alimentar de crianças em três diferentes etapas do desenvolvimento, utilizando regressão PLS (partial least squares). Para isso foram gerados modelos utilizando dados de variantes genéticas como variáveis preditoras e de ingestão alimentar das crianças aos 12 meses, 3 anos e 6 anos de idade como desfechos. Na nossa amostra, foram obtidos modelos que explicaram de 65,2% a 83% da ingestão energética diária média. Também foram realizadas simulações para predizer a ingestão energética, utilizando as variáveis preditoras, e os valores simulados foram comparados com os valores reais de ingestão energética diária média nas três idades. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os valores reais e os valores simulados, o que indica boa precisão dos modelos. O método utilizado tem potencial aplicação para predição de desfechos quantitativos de variantes genéticas previamente associadas com características complexas. Não foram encontrados na literatura outros estudos utilizando o mesmo método para análise do efeito em conjunto de variantes de genes dopaminérgicos e serotoninérgicos na ingestão alimentar de crianças. Novas análises com outras variantes genéticas e outros desfechos são necessárias para melhor avaliação da regressão PLS na análise conjunta de variantes genéticas com fenótipos complexos.Item Avaliação da influência de polimorfismos nos genes dos receptores de sabor TAS1R2 e TAS1R3 na ingestão alimentar e parâmetros antropométricos de crianças(2013) Melo, Silvia Valim de; Almeida, Silvana deA prevalência mundial da obesidade infantil vem apresentando um rápido aumento nas últimas décadas, tendo dobrado de 1980 até os dias atuais, e sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia mundial. O componente genético desempenha um papel importante na regulação do balanço energético e diferenças interindividuais do IMC podem ser explicadas por fatores genéticos. A percepção do sabor pode ser uma regra-chave na determinação da preferência por alimentos e hábitos alimentares e diferenças individuais na percepção dos sabores (doce, amargo, salgado, ácido e umami), interferindo no estado nutricional e no risco de doenças relacionadas a esse estado. Desta forma, a compreensão da heterogeneidade de fatores causais da obesidade pode auxiliar na escolha de tratamentos e medidas preventivas individualizadas. Considerando que os polimorfismos rs35874116 no gene TAS1R2, e rs35744813 no gene TAS1R3 podem determinar diferenças na transcrição e na expressão dos receptores de sabor é possível que eles determinem diferenças de sensibilidade aos sabores doce e umami. Dessa forma, este estudo se propôs investigar a associação desses polimorfismos nos genes TAS1R2 e TAS1R3 com padrão de ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade em crianças em três fases do desenvolvimento, um ano, aos três a quatro anos (325) e aos sete a oitos anos de idade (353). Os polimorfismos foram analisados em equipamento de automação laboratorial pela metodologia de discriminação alélica Taq Man©. As variáveis foram comparadas entre os grupos por General Linear Model, por ANOVA, pelo teste U de Mann-Whitney ou por Kruskal-Wallis. As frequências genotípicas encontradas estão de acordo com estudos prévios e em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Foi observada nas crianças de um ano de idade que a presença do alelo A no polimorfismo rs35744813 no gene TAS1R3 estava associado com a maior ingestão diária média de energia quando comparado com os homozigotos G/G (p=0.037). Observou-se aumento na ingestão de alimentos com alta densidade de açúcares em portadores do alelo T no polimorfismo rs37874116 no gene TAS1R2 quando comparado com homozigotos C/C (p=0,047). E em crianças de sete a oito anos de idade, o polimorfismo rs37874116 no gene TAS1R2 foi associado à variação no IMC entre um e sete a oito anos de idade, as crianças homozigotos C/C ganharam mais peso que as portadoras do alelo T(p=0.009). Em crianças de 3 a 4 anos não houve diferenças significativas nas variáveis antropométricas para ambos os polimorfismos em genes TAS1R3 e TAS1R2. As descobertas deste estudo são relevantes, principalmente por avaliarem o consumo alimentar e estado nutricional em diferentes fases da infância e a sua correlação com as variações genéticas em genes de receptores de sabor, isso pode abrir novas perspectivas para pesquisadores e colaborar com o estudo da obesidade infantil.Item Avaliação da influência de polimorfismos nos genes DRD4 e SLC6A3 sobre ingestão alimentar e parâmetros antropométricos de crianças(2013) Fontana, Crisciele; Almeida, Silvana de; Genro, Júlia PasqualiniA obesidade na infância é um crescente problema de saúde mundial, cujas causas podem ser atribuídas à predisposição genética, aliada à inatividade física e à alimentação inadequada. A dopamina está envolvida na regulação da ingestão alimentar sob comando do sistema nervoso central. O gene DRD4 codifica o receptor de dopamina D4 e o gene SLC6A3 codifica o transportador de dopamina (DAT), polimorfismos nesses genes podem influenciar em diferenças na recompensa alimentar. Os objetivos desse trabalho foram investigar a associação do polimorfismo exon 3 VNTR do gene DRD4 e dos polimorfismos 3’UTR VNTR, rs2550948, rs2652511 e rs1048953 do gene SLC6A3 com ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade em crianças em três fases do desenvolvimento: no primeiro ano de vida, aos 3 a 4 anos e aos 7 a 8 anos. A análise genotípica dos polimorfismos VNTR foi realizada através de PCR seguida de eletroforese em gel de agarose. Os SNPs foram analisados em equipamento de automação laboratorial pela metodologia Taq Man©. As variáveis foram comparadas entre os grupos por General Linear Model, por ANOVA, pelo teste U de Mann-Whitney ou por Kruskal Wallis. As frequências genotípicas encontradas estão de acordo com estudos prévios e em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Na comparação entre os diferentes genótipos foram observadas associações entre os alelos de maior atividade dopaminérgica dos polimorfismos DRD4 exon 3 VNTR e SLC6A3 3’UTR VNTR com maior ingestão de alimentos palatáveis e maiores medidas de circunferência da cintura das crianças aos 3 a 4 anos. O polimorfismo rs1048953 esteve associado à ingestão energética diária no mesmo período e à razão cintura-estatura das crianças aos 7 a 8 anos. Nossos resultados sugerem que portadores dos alelos de maior atividade dopaminérgica dos polimorfismos DRD4 exon 3 VNTR e SLC6A3 3’UTR VNTR e portadores do genótipo T/T da variante rs1048953 podem apresentar risco aumentado para ingestão alimentar excessiva, visto que maior atividade dopaminérgica pode aumentar o valor motivador percebido pela recompensa alimentar e, possivelmente, levar a obesidade. Mais estudos são necessários para melhor suportar nossas observações.Item Variantes em genes relacionados aos sistemas dopaminérgico e serotoninérgico versus padrão de ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade em crianças(2015) Feistauer, Vanessa; Almeida, Silvana de; Mattevi, Vanessa SuñéA obesidade infantil é considerada um problema de saúde pública, principalmente em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O aumento do consumo de alimentos ricos em gordura e açúcares, associado à redução da atividade física, causam um desbalanço energético que leva ao acumulo excessivo de gordura e, consequentemente, à obesidade. Esses alimentos ricos em gordura e carboidratos são altamente palatáveis, e estimulam uma fome hedônica, ou seja, uma fome relacionada ao prazer de comer, e não relacionada às necessidades calóricas. Os sistemas dopaminérgico e serotoninérgico estão diretamente relacionados ao prazer, apetite e motivação para comer. Entretanto, os indivíduos podem apresentar diferente níveis de sensação de recompensa, através da ingestão alimentar, o que pode conferir diferenças no padrão da ingesta. Portanto, a variabilidade genética dos sistemas dopaminérgico e serotoninérgico, pode estar relacionada às diferentes respostas frente aos alimentos entre indivíduos expostos aos mesmos fatores ambientais. O objetivo do estudo é investigar a associação de variantes nos sistemas dopaminérgico e serotoninérgico com parâmetros de adiposidade e padrão de ingestão alimentar em crianças. O presente estudo é uma coorte prospectiva de 427 crianças que participaram de um estudo randomizado iniciado ao nascimento, na cidade de Porto Alegre. O estado nutricional das crianças, mensurado por dados antropométricos e dietéticos, foi coletado aos 12 meses e aos 2-3 anos de idade. O DNA (Ácido Desoxirribonucleico) extraído de células da mucosa bucal foi analisado para os seguintes polimorfismos através de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real, utilizando sondas de hidrólise (Sistema TaqMan): rs4680 (COMT); rs1800497 (DRD2); rs1048953 (SLC6A3); rs2071877, rs2312054 e rs12391221 (SLC6A14); e rs3813928 (HTR2C). O polimorfismo 5-HTTLPR (SLC6A4) foi analisado por PCR convencional seguido de eletroforese em gel de agarose. O genótipo A1/A1 do gene DRD2/ANKK1 foi associado com maior espessura de dobras cutâneas subescapular em Z-score aos 12 meses (p=0,022) e em 2-3 anos (p=0,020) e maior IMC Z-score em 2-3 anos (p=0,009), quando comparados aos portadores do alelo A2. Aos 12 meses, as meninas homozigotas G/G do polimorfismo rs3813928 (5-HTR2C) apresentaram maior ingesta diária média de energia (p=0,007), de carboidratos (p=0,019), e de lipídios (p=0,005); e maior espessura da dobra cutânea tricipital em Z-score (p=0,034) do que portadores do alelo A. Portanto, pressupõe-se que crianças homozigotas para o alelo A1 (DRD2/ANKK1) e meninas homozigotas G/G (5- HTR2C), apresentam menor densidade de receptores de dopamina e de serotonina, respectivamente, o que estimula a ingesta de alimentos palatáveis para prolongar a sensação de recompensa. Os demais polimorfismos não foram associados com padrões de ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade na amostra estudada. No entanto, o acompanhamento desse estudo continua, e pode elucidar a contribuição genética para a obesidade ao longo dos anos.